Sua dádiva
IcemanAi, ai de ti honrado poeta;
com tua pena, tua tinta, tua destra.
Foste tu teu próprio legado;
Agora triste, descalço, sozinho e mudado.
Foste forte nobre poeta, quando tudo era amargo.
Em palavras de tom servil criaste um mundo;
Mundo belo, afável, feliz, de amor profundo.
Deste aos meus dias um novo sabor;
tornaste plácido o que fora um horror.
Assim, Curaste vidas com teu labor.
E agora?
Sofres tu por uma pena?
Pena que não sorri, não fala, não acena?
Dia após dia seguindo a mesma tormenta.
Dar-te-ei novas palavras e com elas uma sina;
Faças tu o que quiseres pois a saudade te domina.
Lave o rosto, seque as lágrimas e como um livro vire a página;
Abra os olhos e veja o dia, crie versos, sua DÁDIVA.